Ontem depois que contei para minhas irmãs e marido sobre o blog, quando deitei, fiquei pensando um tempo antes de dormir o que mais poderia escrever, o que mais poderia contar.
Já fazem quase 4 anos que convivo com a retocolite (no momento em remissão). Fazem 3 anos que sou imunossuprimida de fato, fazem 6 meses que descobri uma nova doença auto-imune.
Como contar os percalços, a luta diária, o dia a dia até aqui? E daqui para frente? Como contar de forma agradável que façam ter vontade de voltar ao meu blog? E se não voltarem? Bom, tudo bem, escrevo inicialmente e primeiramente para mim, para aliviar meu coração, pensamento e o mundo que carrego nas costas. Se tiver leitores... é só lucro.
E fiquei pensando, mas porque ainda não tive coragem de contar para ninguém? Seria vergonha? Seria medo? Ou receio de mostrar minha vida escancarada a um mundo desconhecido e que muitas vezes pode ser cruel?
Como lembrar de todo o caminho percorrido até aqui? Ainda mais eu, eu que tenho dificuldade de lembrar datas, detalhes, que confundo os eventos. E sei que muitas das vezes minha mente faz isso por proteção. Para me salvar das dificuldades já vividas e não sofrer tanto assim.
Preciso contar mais como cheguei até a estabilização da imunossupressão, porque tive a retocolite (se é que existe uma única e exclusiva razão). Contar de muito antes até a retocolite... sim eu já sofria com outra doença psicossomática... esse histórico vem lá de 2001... ou será até antes... desde a infância?!?! Vidas passadas!? (para quem acredita)...
Talvez eu esteja usando o blog como mais uma forma de terapia, mais uma das muitas vezes que já fiz e voltei recentemente a fazer... talvez dessa vez eu consiga de fato avançar na minha vida.
Nem sempre contei muito sobre meus problemas de saúde. Quem sabe mesmo tudo que passei e sofri é a família, nem amigas tão próximas sabem, nunca quis me fazer de vítima ou coitadinha. Sempre fui muito guerreira. E SEMPRE CARREGUEI O MUNDO NAS COSTAS. E provavelmente é por isso que meu corpo padece, porque minha mente é inquieta e ainda não encontrou seu (o meu no caso) lugar no mundo.
Tem vezes que acho que estou usando a doença como desculpa, como desculpa para não avançar, não evoluir, não fazer mais coisas. Mas no fundo no fundo, sei que a doença é a única coisa que me pára, que me resguarda. É uma forma do meu corpo se auto-preservar.
Antes de continuar na jornada de contar o que aconteceu e como aconteceu para chegar até a estabilização precisa escrever o que passa em minha mente.
No blog acredito que teremos muitas ida e vindas no tempo. Tem dias que contarei coisas do hoje, tem dias que contarei sobre o caminho percorrido até aqui... não acredito que conseguirei seguir uma linha linear... talvez daqui um tempo, quando conseguir botar as "fofocas" em dia... rsss.
Espero de coração que eu consiga mostrar para quem ainda não está em remissão e/ou estabilizado que é possível sim. Com luta diária, com guerras mensais. Mas nós alcançamos. Tem dias ruins sim. Mas tem muito mais dias bons....
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